O Alquimista

Mais de uma semana havia se passado desde que Patrick falecera, seu enterro fora uma cerimônia simples, realizada no pequeno e afastado cemitério, situado no interior da Baía, na fazenda as coisas permaneceriam normais até que Rupert chegasse da Inglaterra, o testamento de Patrick Vantacius lhe garantia todo o seu patrimônio financeiro, e isso incluía a fazenda, e alguns hectares de terras.

Eliot via-se diante de uma lacuna inesperada de incertezas inquietantes; seu casamento teve de ser adiado, ao invés de adiantado, Rupert jamais permitiria uma cerimônia de casamento em suas terras, como oferecera Patrick pouco antes da morte, além disso, havia o temor de que Rupert viesse a vender a fazenda, interferindo no destino de cada empregado.

Após um longo tempo, Eliot, que havia se esquecido por completo de como era a sensação de insegurança, retomou angústias antigas e secretas, das quais sentia temor e vergonha, os impulsos amorais provindos da natureza o deixavam imensamente irritado.

Barbara, também parecia descontente, seu humor tornara-se terrível quando passou a sentir a gravidez com maior frequência, queixava-se de tudo, o que fazia transparecer a descrença em seu próprio casamento, era como se tudo estivesse fora do lugar.

A única familiaridade existente estava em seu lar, Seu pai Joseph e sua mãe Angelina, apesar da tensão envolvendo o casamento de Eliot, perseveravam como puritanos exemplares.

Eric, era como um irmão, constantemente o distraía através de sua ávida percepção, talvez por ser mais jovem, Eric estivesse simbolicamente distante, de tudo o que se passava ao redor.

A notícia de que Rupert aportaria na Baía de Masachussetts mais cedo do que o esperado despertou imensa ansiedade em todos os demais empregados, Mr. Ziegler esforçava-se para dirigir corretamente todos os afazeres, jogando inúmeras responsabilidades nas mãos de Eliot.

No dia seguinte, Mr. Ziegler, Eleonora e Eliot esperavam a chegada de Rupert, ansiosos; estavam de pé, em formação frente a entrada da fazenda, o sol estava em posição de meio dia, o reverendo e Mr. Dalton estavam presentes, porém, sentados a sombra, em cadeiras de cedro.

Eliot fora assaltado de uma sensação ruim quando a carruagem de Rupert adentrou a propriedade que agora finalmente herdara.

A porta da pequena carruagem se abriu e botas extravagantes assaltaram a atenção de todos, num piscar de olhos, Eliot pôde avistar novamente a figura petulante de Rupert, o jovem herdeiro trajava um terno ainda mais extravagante que as botas, cor de carmim.

– Seja bem vindo senhor – Bradou Mr. Ziegler, aproximando-se lentamente – Fez uma boa viagem senhor?

– Estou exausto! – Exclamou Rupert, gesticulando com as mãos grosseiramente – Certifique-se de que as bagagens estejam em meus aposentos o mais rápido possível – Ordenou em seguida.

– Sim Senhor! – Bradou Mr. Ziegler, secamente.

– Eliot – Bradou Rupert – O que está fazendo parado? Mecha-se! Ou acha que o mordomo têm idade e força suficiente para aguentar o peso das malas? – Acrescentou, adentrando a pequena varanda.

– Sim senhor – Exclamou Eliot, dirigindo-se até a carruagem enquanto Rupert Cumprimentava, sem a mínima simpatia, o reverendo John e o Sr. Dalton, quem analisara o corpo de Patrick e daria detalhes sobre como fora encontrado.